Indústrias têm se aproveitado do aumento da prática, oferecendo itens veganos que não são saudáveis
Cresce cada vez mais, no mundo, o número de pessoas adeptas ao vegetarianismo – que deixam de consumir carne – e ao veganismo – pararam de comer qualquer produto de origem animal, incluindo ovos, leite e derivados. A mudança de hábito costuma ser influenciada pela busca por mais saúde ou pela preocupação com a violência contra os animais.
E a exemplo de qualquer mudança de consumo na história, muitas empresas do ramo alimentício identificaram o aumento da demanda e produzem, mais e mais, produtos com o selo “vegano” ou o “V-label”. Tem de tudo: maionese, hambúrguer, iogurte e até sushi. Nos comércios, as prateleiras são cheias de lasanhas, croquetes, sorvetes e massas do tipo. Diante disso, é preciso cuidado.
“São muitos os produtos hoje no mercado, na forma ‘vegana’, mas que possuem muitos componentes nocivos ao organismo”, alerta a nutricionista Pâmela Kranz. “Alguns exemplos são os conservantes, os corantes, os adoçantes, o alto teor de sódio, os açúcares, entre outros”, explica. Quem compra uma salsicha vegana pensando que está fazendo uma escolha saudável, leva para casa um produto baseado em amido, gordura, aromatizantes e sal. O selo vegano não é sinônimo de saúde.
A nutricionista Pâmela Kranz cita algumas opções alternativas ao consumo dos produtos nocivos
Vegetariana há mais de dez anos, a culinarista Cíntia Freitas percebe este fenômeno e afirma que é preciso atenção. “Existem muitas marcas conscientes, com alimentos de qualidade, então vale dar uma boa pesquisada antes de ir às compras e sempre ler com atenção os rótulos”, orienta. Ela indica que, preferencialmente, a dieta deve ser composta por alimentos integrais frescos, frutas, verduras e legumes, se possível, orgânicos e comprados direto do produtor.
A nutricionista Pâmela Kranz cita produtos veganos feitos com sal rosa e hambúrgueres de soja caseiros ou sem aditivos como opções saudáveis aos itens ultraprocessados que são comercializados. Tudo sempre levando em conta que, além da atenção aos componentes nocivos ao corpo, é preciso pensar nos nutrientes que substituem o consumo da carne e dos derivados. De acordo com a profissional, ferro, cálcio, vitamina B12 e zinco são os componentes que precisam de maior atenção.
Cuidados ao virar vegano ou vegetariano
É preciso atenção ao aderir à prática vegeteriana ou vegana. “Isso implica em maiores cuidados com a alimentação. As pessoas estão deixando de comer alimentos de origem animal, mas acabam pecando, pois não conseguem atingir as necessidades diárias de nutrientes apenas com alimentos de origem vegetal. Com isso, há um aumento no consumo de alimentos industrializados”, alerta a nutricionista Pâmela Kranz.
Ela sugere que o indivíduo procure um acompanhamento profissional, buscando balancear corretamente a sua dieta e equilibrar o consumo de nutrientes necessários para a sua saúde após a mudança de hábito.
A culinarista Cíntia Freitas conta, de experiência própria, que sua mudança para o vegetarianismo foi lenta. “Eu li muitos artigos na internet, li livros e fiz cursos. Também sempre tive o auxílio de uma amiga nutricionista que respondia as minhas dúvidas”, relata. A escolha pela mudança da prática deu-se pela preocupação com a sua saúde. O fim completo do consumo de carnes deu-se gradualmente e levou dois anos.
Fontes: https://jornalibia.com.br/